Momento de trabalhos, e percepções sobre diversos olhares que moram aqui e ali

Estou mudada, e provisoriamente, como vários acontecimentos, estou de volta num espaço onde já não me via. Num lapso, estou dentro de uma sala conhecida de minha trajetória teatral e nos primeiros dias, via meu desespero de voltar para um mesmo lugar onde não quero estar. paradoxo esse das voltas e  entornos da vida e das cenas.

Hoje atuando novamente, volta-me a disciplina que nunca se foi, mas brota a síntese de de coisas que necessitam de mais agilidade, de vontades que antes sempre foram dispersas, e se perdiam por nada ou quase tudo...

E a direção que me desafia as entranhas, parece que sempre estive neste lugar, que nasci ali e me sinto tão a vontade, que tenho medo sim, medo de mim, e do futuro próximo, mistura-se a minha nascente e fluida tarefa de ser dramaturga, meu tempo se mistura com tudo.

Tudo pode ser pouco, mas vejo os dias se alastrarem para além das minhas ações e cada ensaio, cada ida e vinda não parece em vão mas me enche de desafio, pois sou um cavalo negro de dentes rijos, correndo ao vento em desvario.

Belo Horizonte, antes do ensaio.